quinta-feira, maio 18, 2006

Odeio chuva!

Para quem mora na cidade, é um caos, tira toda a oportunidade de trabalharmos com tranquilidade. Por outro lado, o agricultor sorri de felicidade quando vê a chuva caindo e molhando a terra.
Quanta hipocrisia a nossa, entristecer-mo-nos por causa de uma chuva, que irá nos beneficiar no dia seguinte...

Chuva



Chuva

Paulo de Almeida Ourives

Uma gota,
Um pingo.
Outra gota,
Outro pingo.
Muitas gotas,
Muitos pingos.
De repente, enxurrada,
Uma chuva torrencial
me pega desprevenido
no meio da calçada.
Se correr, irei me molhar,
se ficar, virarei um pinto molhado.
O que fazer?
Não sei.
Olho para a rua e vejo
uma poça,
duas poças,
muitas poças,
enormes poças,
que me impedem de atravessar a rua.
Não há nenhum abrigo por perto.
A chuva molhou toda a minha vaidade,
minhas roupas já molhadas
me impedem de continuar a andar,
meus pés já estão úmidos,
dentro do sapato encharcado.
Já não tenho mais vaidade...
Volto para casa,
para o edifício onde moro,
não tem jeito é o único abrigo que tenho por perto.
Ao chegar no edifício, para minha surpresa,
olho para trás e o que vejo,
o sol abrindo,
sorrindo do pinto molhado.
E a rua está toda molhada,
com a forte chuva que caiu.
Do outro lado da cidade,
o lavrador vê com felicidade,
a chuva que caiu.
As sementes plantadas no dia anterior
irão brotar, e em breve,
o lavrador colherá
o legume que plantou.
Depois irá para o Mercado Municipal
vender o produto que colheu.
Legume que um dia irei comprar,
para me alimentar.
...
A chuva, molhou minha melhor roupa,
tirou a minha vaidade.
O lavrador por sua vez,
vê a chuva com felicidade,
que encharcou a terra,
fará brotar a semente
que irá virar legume,
e será vendida,
no Mercado da cidade.
...
Triste vaidade,
Pobre felicidade.
Como sou ingrato!

Curiosidade, o que há atrás dos muros?

Acho que o título acima já diz tudo, mas afinal o que há atrás dos muros? Esse é o enigma. Você sabe o que há por trás dos muros?

Atrás dos muros





ATRÁS DOS MUROS

Paulo de Almeida Ourives

O que há atrás dos muros?
Verdades, mentiras, falsidades, golpes, escroques, espertalhões, ilusão...
Mas o que há por trás dos muros? Gente sem alma e sem amor, que vivem iludindo quem está do outro lado do muro.
Mas que lado do muro? Dentro ou fora? Quem sabe?
O que é um muro? Senão uma parede sem graça, chapiscada de cimento, sem cor e sem nenhuma beleza. Cujo objetivo é preservar ou esconder a privacidade alheia.
Um dos muros mais conhecidos do mundo, o Muro de Berlim, foi construído e destruído, e como ele o que está por trás dos muros também irá ruir, por causa de gente covarde, mesquinha e interesseira. Gente que usa máscara para esconder o íntimo de cada um. Gente sem escrúpulos, que se aproveita da boa vontade alheia, usurpa o poder para manter um status de beleza, mas como diz um famoso provérbio: “por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”. Quem está atrás do muro não vê, não enxerga e não percebe o que acontece do outro lado do muro.
Atrás dos muros, as grandes verdades são gigantescas mentiras.
A chave das respostas, está atrás do muro.
Mas de que lado do muro? Dentro ou fora? Quem sabe?
Quem será capaz de desvendar esse mistério?
Sobre o que acontece atrás do muro.

Sobre o "incêndio"

Ao ouvir o crepitar das chamas queimando parte daquilo que juntei por tanto tempo, senti como se estivesse perdendo um pouco de mim. Senti um vazio, e a sensação de perda. É como se as minhas forças fossem saindo de mim, e não ficasse mais nenhuma. Mesmo sabendo que havia guardado outras informações muito mais importantes.
Agora vejo bem, o que é a sensação de perda, das pessoas, que vêem a natureza destruindo tudo aquilo que eles levaram anos para construir.

Incêndio


INCÊNDIO

Paulo de Almeida Ourives

De repente as labaredas sobem, queimando e destruindo tudo. Ao mesmo tempo que olhava as chamas aumentarem, atiçadas pelo álcool, sentia o coração arder como se ele também estivesse queimando.
Mais algumas horas e tudo aquilo viraria cinzas.
Anos a fio, foram queimados sem dó nem piedade.
Quanta informação!
Parte da minha vida sumindo ante o calor e as chamas do fogo.
Agora compreendo o que as pessoas sentem quando têm os seus pertences destruídos tanto pelo incêndio como pelas chuvas e enchentes, além é claro de terremotos e furacões.
Mas o fogo arde, e aos poucos a grande montanha vai sumindo.
Quantos domingos, segundas e outros dias da semana, de anos passados, em páginas e mais páginas de jornais, que aos poucos vão sumindo, virando cinzas.
Quanta cultura jogada fora. Parte da vida e história do nosso país e do mundo. Descobertas científicas, escândalos políticos, vitórias, derrotas e conquistas esportivas, as variações e mutações econômicas tanto no Brasil e no mundo, enfim, a história de uma vida destruída.
Mas, nem tudo é destruição, e o fogo não levou o principal, pois antes de atiçar o fogo a enorme pilha de jornais, dei-me ao trabalho incansável de retirar páginas e mais páginas de reportagens e notícias tão importantes, que serão catalogadas e servirão de base para estudos e projetos futuros.
Servirão para analisar os fatos e os erros cometidos pelos homens no passado, e principalmente, evitar os pré-julgamentos equivocados e procurar encontrar o melhor caminho na resolução dos problemas que iremos encontrar.
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