terça-feira, maio 16, 2006

Os Heróis do Tri-Campeonato Mundial


Os heróis do Tri

Paulo de Almeida Ourives

Este outro artigo, também foi publicado na mesma edição da revista Momento, que circulou no Espírito Santo, pouco antes da Copa do Mundo de 1998, na França. Naquela oportunidade, a última edição da revista foi totalmente dedicada ao futebol brasileiro, principalmente a história de todas as Copas do Mundo, nas quais o futebol da nossa seleção esteve sempre representado.
Eis aqui na íntegra, o meu artigo sobre a conquista do tricampeonato em 1970, no México:
“Em 1970 a seleção brasileira se preparou convenientemente para conquistar o título inédito de tricampeão do mundo. É verdade que parte do sucesso desta equipe se deve ao jornalista e comentarista esportivo João Saldanha que antecedeu a Mário Jorge Lobo Zagallo no comando técnico da seleção, e por que não dizer, convocou o grupo que iria para o México, é verdade que foi Zagallo quem mexeu na equipe, colocando em campo atletas que jogavam nas mesmas posições, como Tostão, Pelé, Jairzinho e Rivelino, além de Piazza que no Cruzeiro jogava como médio-volante e na seleção atuou como quarto-zagueiro, formando dupla com Brito. Foi uma preparação como nunca se viu antes e depois de 70.
Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Pelé; Jairzinho, Tostão e Rivelino, esta equipe ainda continua na memória de um pequeno contingente dos 90 milhões de brasileiros que faziam parte do Censo do IBGE daquele ano. Brasileiros que ainda se lembram daquela marchinha que tantas vezes foi cantada, tanto em dias de jogos do Brasil como durante, e muito tempo depois da Copa.
Foram 90 milhões de brasileiros e milhares de pessoas no México e no mundo inteiro que se encantaram com aquela seleção, uma seleção que jogava com maestria, envolvendo os adversários até chegar ao golpe mortal, o gol.
Verdadeiros gênios da bola, que vislumbravam as jogadas, a melhor maneira de atacar e de se defender, de enfrentar as retrancas adversárias, de vencer os fantasmas e os temores, de um Uruguai e do Peru, até chegar à final contra a Itália, num show de futebol como jamais o mundo viu, nascendo daí, aquele que seria o maior clássico do futebol mundial, Brasil x Itália.
De todas as Copas, sem dúvida nenhuma a Copa de 70 marcou profundamente o futebol brasileiro, quem não se lembra da comemoração brasileira a cada gol, em forma de pirâmide humana, o soco no ar de Pelé, os gols que Pelé não fez, como aquele drible no goleiro uruguaio Mazurkievicz, a tentativa do meio de campo contra a Tchecoslováquia, a defesa monumental de Banks, goleiro inglês e o chute fatal do capitão Carlos Alberto Torres, um petardo de fora da área que estufou a rede dos italianos, um gol antológico que entrou para a história de todas as Copas como um dos gols mais bonitos, mais marcantes e vibrantes.
Além dos heróis já escalados acima, a seleção brasileira contou com outros jogadores, que também fizeram parte da história daquela Copa, que foram, Leão, Ado, Baldochi, Marco Antônio, Fontana, Zé Maria, Roberto, Rogério, Paulo César Lima, Joel, Edu e Dario.
Além de Zagallo no comando técnico da equipe, vale destacar o trabalho incansável de profissionais que deram tudo de si para a conquista definitiva da Copa Jules Rimet, foram eles: Cláudio Coutinho, então supervisor e, em 78, técnico da seleção na Argentina; Admildo Chirol e Carlos Alberto Parreira como preparadores físicos, sendo este último, o técnico na conquista do tetra em 94, nos Estados Unidos; Dr. Lídio Toledo e Dr. Mauro Pompeu como médicos, e o inesquecível massagista Mário Américo, entre outros.
Estes foram os heróis de um tricampeonato conquistado com a mais pura arte de jogar futebol, e ficará na memória de todos como uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos”.

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